O ESPELHO ME DISSE - Urbano Leafa


 

O ESPELHO ME DISSE


Costuras doçuras fugazes.

Dos cortes que a madrugada lhe fez.

Criastes uma concha de retalhos.

Com retratos de rostos riscados.

Seu semblante molhado e a febre alpina,
denúncia que seu corpo não suporta as loucuras de sua'lma.

Tens medo de fantasma,
Mas você é um  ainda em construção.

Um copo cheio de
Rimas,
Sinas e fagulhas de alguma intuição.

Na ponta da agulha,
Uma gota de lágrima.

Na ponta do cigarro,
Seu fim enrolado.

Cada trago é um segundo a menos.

Mas tu não liga,
Tua ânsia por feridas
 Um dia te matará.

Mas se todos vão morrer,
Por que esperar?

Você diz,
Neste teu castelo de sim,
Não aprendeste a dizer não.

Eu te conheço,
Sou o teu espelho,
Me ignoras,
Mas no momento de insegurança,
Olhas para mim com esperança de que eu te conte mais uma ilusão.

Para você pouco importa,
Com tanto que a porta esteja trancada,
E tua áurea aberta.

Tire uma soneca,
Sonhe com sua realidade,
acorde atordoado em um sonho.

O pesadelo diário é um momento profano.

Sua filosofia imaginária,
Sua fala.

Já não é mais a mesma.

Navalhas sobre a mesa,
Hoje a sobremesa são pulsos molhados de sangue pisados.

Alimentas as sombras,
E tenta definir que as sombras são corações assombrados,
 pela razão sem paixão.
 
És refém,
Não diga amém,
És ateu e Deus do universo de sua criação.

Mentes tão bem que tropeças nestas mentiras ditas,
Feridas são o diagnóstico.

Verdades ocultas,
Tanto se perde quanto se acha o que se procura.

Me jogue no meio da rua,
Só me avise quando o sinal fechar.
Autor: Urbano Leafa

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