Por sorte - Maximiliano da Rosa


 

Por sorte


Por sorte eu nunca amei. Prefiro

Abraçar a solidão. Prefiro andar na chuva

Descalço, coração amargurado.

Prefiro os dias de paz.

 

Prefiro as maratonas televisivas,

O sabor dos grandes livros,

O ardor das velhas canções.

 

Por sorte, nunca fui feliz. Sempre

Estive à sombra das paixões não correspondidas.

 

Por sorte

Tenho esse vazio dentro de mim,

Essa angústia

Que mais parece um mar de estrelas abortadas

Crescendo no meu estômago.

 

Por sorte, sou ébrio. Bebo minhas lágrimas,

Me alimento das cinzas

De amores sufocados.

 

Por sorte, eu sofro em paz.

Não incomodo as turbas com meu canto

Desafinado.

 

Por sorte

O amor nunca me escolheu. Por sorte, a felicidade

Jamais quis deitar em minha cama.

 

Por sorte, ainda estou aqui.


Autor: Maximiliano da Rosa


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