Céu de chumbo - Gárgula

 Céu de chumbo 


O vento perfumado da primavera trás amor e sonhos,

Alguém perguntou, Existe o infinito ?

Então te confundes entre mar, cheiro de mato e pétalas de rosas,

Ainda não entendi a substância do teu universo, 

Nem esse frio,

Nem esse vazio,

 O pensamento não tem amarras, disso eu sei e teus princípios não são iguais aos meus,

Nunca existiu nada entre tua distância e tua ausência, apenas lembranças que vejo e revejo outra vez,

Esse amor foi como a oração da manhã, que trazia uma esperança quasse filosofal, 

E logo tudo virava casos e acasos, num deserto com um caminho branco, 

Como uma flor tímida na sombra,

Como um crepúsculo glorioso,

Mais a solidão e como um mistério que se transforma em fantasmas, 

E finalmente tudo parece um céu de chumbo, como numa tarde com seu último horizonte.

Autor: Gárgula


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