Por sorte
Por sorte eu nunca amei. Prefiro
Abraçar a solidão. Prefiro andar na chuva
Descalço, coração amargurado.
Prefiro os dias de paz.
Prefiro as maratonas televisivas,
O sabor dos grandes livros,
O ardor das velhas canções.
Por sorte, nunca fui feliz. Sempre
Estive à sombra das paixões não correspondidas.
Por sorte
Tenho esse vazio dentro de mim,
Essa angústia
Que mais parece um mar de estrelas abortadas
Crescendo no meu estômago.
Por sorte, sou ébrio. Bebo minhas lágrimas,
Me alimento das cinzas
De amores sufocados.
Por sorte, eu sofro em paz.
Não incomodo as turbas com meu canto
Desafinado.
Por sorte
O amor nunca me escolheu. Por sorte, a felicidade
Jamais quis deitar em minha cama.
Por sorte, ainda estou aqui.
Autor: Maximiliano da Rosa
Esse poema está inscrito no Concurso RANKING POÉTICO Coletânea de poemas: www.bistrodomatuto.com/2021/10/concursoranking.html
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