All Star Azul
Ela, com seus finos lábios e grandes olhos de avelã.
Ele, tímido e alheio quase nunca escolhia as palavras.
Um céu de estrelas cadentes... uma volta na roda gigante.
Ele, o coração apertado e a boca seca das palavras certas.
Ela, com seu all star azul e o chapéu redondo engraçado.
O seu segredo revelado, o amor de infância que alimentava.
Ela, envergou um semblante distante com os lábios serrados.
Ele, se tornou prisioneiro da circunstância daquele momento.
O destino se manteve encriptado em hieróglifos estelares.
Ele, silente tentava em vão recolher os pedaços da amizade.
Ela, correu entre os brinquedos, até desaparecer na escuridão.
O tempo, um reencontro casual, e palavras de boa educação.
Ela, estudava disciplinada, para atender tantas expectativas.
Ele, então decidiu viajar, se aventurar em lugares distantes.
Ela, escreveu duas ou três cartas, mas acabou por não enviar.
Ele, chorou sozinho enquanto ela dormiu em outras camas.
E as estações seguem seu curso, e cada dia amarrado à noite.
Ele, recebeu um envelope perfumado no início de outubro.
Ela, casou usando o all star azul antes do fim de novembro.
E na antemanhã de domingo, pintada de cinza pela fina garoa.
Um casal com malas no saguão inicia a viagem de lua de mel.
Ele, em um bar do outro lado da cidade ainda toca sua guitarra.
A música triste com versos sobre um amor a muito tempo perdido.
Um último acorde ressoa no bar quase vazio, o avião entre o azul.
História de amor de milenares constelações esquecida pelo destino.
Por fim, o universo errou... “não houve felizes para sempre!”.
Autor: Cesar L. Theis
Esse poema está inscrito no Concurso RANKING POÉTICO Coletânea de poemas: www.bistrodomatuto.com/2021/10/concursoranking.html
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