Buraco
Sinto a sua falta.
De todos os nossos tempos juntos,
Até mesmo quando “ela” aparecia interrompendo...
Seu jeito elegante, a maneira como abria os braços
E me abarcava completamente...
Do dia em que me deu uma bonequinha de pano!
Passo minhas noites com ela
Abraçada contra o peito
Para ver se ameniza a pedra
Que sinto lá,
Desejando não acordar mais.
Mas o dia vem lindo com seu brilho
Batendo de cheio no meu rosto
Lembrando-me que tudo continua igual.
Não adianta apertar a boneca
Nada trará você de volta,
Nem mesmo minha obstinação em tentar
Ouvir sua voz
Em enxergar algum sinal de vida onde não há.
Suas janelas estão fechadas
A cor amarela está desbotada
A entrada foi invadida de folhas
Tudo abandonado e sem vida.
Ainda quero acreditar
Que a casa está apenas passando pelo outono.
Logo chegará a primavera e um dia você irá
Surgir fazendo barulho, Mexendo com os pincéis na água,
Apontando o lápis freneticamente.
Sinto a falta até desse som!
Se eu me concentrar posso ouvi-lo!
E me recordo de você passando cores em mim!
Algum dia chegou a se perguntar
Se o que havia entre nós
Era muito mais que um simples amorzinho?
Poderíamos ter
Revolucionado o mundo
Resolvido guerras...
Salvado crianças...
Viajado para o espaço.
O poder do amor é tão perigoso!
Mesmo assim, algo ainda se move
No mesmo lugar em que me provoca dor...
É uma certeza pequenina
De que um dia as flores voltarão a florescer
Encherão o quintal de vida...
Não se perca meu amor!
Volte para mim!
E com elas você, eu e os girassóis!
Autora: Maria Carolina Cabestre Gamba Yoshida
Esse poema está inscrito no Concurso RANKING POÉTICO Coletânea de poemas: www.bistrodomatuto.com/2021/10/concursoranking.html
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