Nada está normal, nada está igual... - Vinícius Corrêa de Negredo

 

Nada está normal, nada está igual...

Pode até parecer que tudo está normal,

Que aquela cidadezinha pacata não mudou,

Mas ao olhar mais atento não é igual,

Pois foi com muito pesar que observou...

O que antes chamávamos de rotina

Hoje recebe o nome de saudade,

E foi assim de forma tão repentina

Que impactou minha querida cidade.

Mas o que seria essa pandemia

E como vamos isso resolver?

Aonde foi parar aquela alegria

Em ver meu filho livre correr?

A situação ficou tão alarmante

Que várias medidas foram tomadas,

O que antes era previsão preocupante,

Hoje é uma realidade constatada.

Na minha mente ecoa o persista

Nas coisas que esse ano iria fazer,

Mas no momento sou apenas saudosista,

Afinal, relembrar é viver!

Ah como eu lembro bem

De ver as famílias no centro aproveitando,

Daquela simpatia que meu povo têm

E os turistas aqui passeando.

E nossa, como sinto falta

Do sabor italiano da minha terra,

Da cultura que sempre se exalta,

Da paisagem vista lá da serra.

Saudades das nossas naturais riquezas,

De ver a torcida no ginásio vibrar,

Das tradicionais festas de igrejas

Que esse ano não pude comemorar.

Sem falar na nossa linda Matriz

Que há tempos não realiza um matrimônio,

Foram planos que o destino não quis

Ou será culpa de Santo Antônio?

Brincadeiras à parte,

Eu realmente quis poetizar

Através desse meu dom e arte

O que minha mente me faz pensar.

Nunca mais reclamo do meu cotidiano,

Espero que tudo isso possa logo passar,

Que isso me torne mais humano

E no lugar do outro aprenda a me colocar.

Com certeza como clichê soará,

Mas não poderia deixar dessa ideia defender,

Que para amanhã não pode-se deixar

O que hoje você gostaria de dizer,

Então trate de seus entes queridos cuidar,

De suas situações mal resolvidas esclarecer,

Sei que aquela pessoa que você quer abraçar

Também está ansiosa para lhe ver.

Nesta noite ao deitar sua cabeça no travesseiro

Lembre-se de proteção e saúde pedir,

Agora percebemos que nem tudo é dinheiro

E que dos sete palmos ele não vai lhe impedir,

Entendo que no rebanho sou apenas mais um carneiro,

Oremos juntos para que dessa possamos sair.

Pois afinal...

Nada está normal...

Nada está igual...

Nada será como antes!

Autor: Vinícius Corrêa de Negredo

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