Não Existe Sanidade - Zé Armando


 

Não Existe Sanidade

 

Enquanto ostentava

a mácula de mais uma

de suas façanhas,

ele se masturbava com uma de suas patas, enquanto que, com a outra,

tamborilava, suja de sangue

sobre as vísceras de sua presa,

vítima indefesa natural,

 mas, ainda viva,

que agora desfrutava do complexo

 sono e da eternidade

que estava

por vir.

 

Estava prescrito na ignóbil existência.

Em sua aura podia-se perceber

a frivolidade de uma vida tola,

 sem proposito e sem validade.

 

Ele nasceu do cruzamento

de duas perturbações humanas.

Um casal de malucos

cheios de delírios.

Era também, fruto de uma

depravação miserável

que vingaria com resistência

as Intempéries do destino. E 

que a única missão

era aniquilar

 as pobres almas sombrias...

 

As vítimas?

Geralmente carentes,

frustradas e inseguras...

Pessoas frágeis...

Presas fáceis

Para os galanteios

pobres e nocivos.

 

Naquela época, a razão dose deus,

 estava no que era belo.

Eis, o motivo para uma salvação!

 

Mas, não!

Não para ele.

 

Mas, para o crime.

Antes do crime...

 

Isso não estava declarado

quando percebeu que

a linha se fora quase toda,

podia notar no carretel

onde outrora ela se enrolava

com toda magnitude de sua utilidade.

 

Como a linha

estava o amor para ele,

sucumbia comedido,

deslizando com pesar,

antes que a sensação da morte

o deixasse atordoado para sempre.

 

Ele quando não estava bêbado,

 

era um homem tranquilo!

 Autor: Zé Armando



Esse poema está inscrito no Concurso RANKING POÉTICO Coletânea de poemas: www.bistrodomatuto.com/2021/10/concursoranking.html



Comentários