PAS DE DEUX
Imagino-a toda descomposta no meu colo
— e sem ninguém para adiar aquele agora,
da corda fina dos seus braços nos arredores
do pescoço e a da sua cabeleira que embola
o ar rarefeito em volta dos pelos ansiosos
em meio ao floral úmido do seu território.
Você se vira e, hálito a hálito, transborda
em mim mil beijos, lambe a nuca e morde
os meus lábios, tão rápida e tão vagarosa,
neste ballet de ancas: sobe e desce e solda
uma alma noutra alma. Ossos sobre ossos.
O seu riso indecente é o que me transporta
ao pó do tempo que não se vê nos relógios.
E não há nada mais inútil do que as horas.
Autor: Marlos Degani
Esse poema está inscrito no Concurso RANKING POÉTICO Coletânea de poemas: www.bistrodomatuto.com/2021/10/concursoranking.html
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