Vender Poesia - Regiane Abelha

 Vender Poesia

Já disseram que inútil é o artista

Mas não discuto com mentiras 

Meus que amigos que são tirados de metidos

Mas é pq são mais sabidos 

É mais fácil identificar o erro no corre 

Quando se está errando a uma cota nisso

Já tentou vender poesia às 7h da matina ?

Dizem que nem é trabalho se for feito por você:

Vai lá na rua ver, tô sempre lá 

Quer me ver aqui, fácil só me pagar 

Mas num é pra colocar preço, não sou Universal 

Pra vender poesia como se fosse sal 

Ilusório achar que não quer grana

Quem vende almoço pra comprar janta  

Já tentou vender poesia pra quem te conhece ?

Tamo junto porém eu primeiro 

Eu te apoio porém depende 

Porém não rende 

Porém não vende 

Já tentou vender poesia pra teus parentes ?

Ainda bem que eu tenho família

E nem falo só da rua 

Sem preparação emocional para militar contra militante

Tem que lutar até pra tomar na bunda

Parece que foi a muito tempo

Mas foi tudo ano passado

Eu te entendo pai

Sei que com a vida a gente ganha rugas

Dor nas costas 

Cerveja fica melhor que vodka

E se pudesse bebia o dia todo 

Mas a gastrite não deixa 

E o dinheiro a acaba 

É que ainda tá osso moço, 

Tem dias que não tiro nem do meu almoço, 

É carne de pescoço que só perde pro suã

Já não quero escrever sobre o sufoco moço, 

Quero ter o suficiente pra ter conforto 

Tipo uma lista de afazeres:

Comprar o público, fazer arroz  

Falar pro teu filho que ele não pode ter um pobre 

Não do mole pra quem não conhece Cras 

O corre não é por dinheiro 

Mas o dinheiro move o corre

Sem grana o corre morre 

É por falta de grana que os menor sofre

É difícil firmar a cabeça sem nada no estômago 

Eu que nunca passei fome não quero começar agora

Cria, se não ajuda na mudança não coloque mais peso nas costas 

Já tentou vender poesia pra quem nunca ouviu falar de você ? 

Os revolucionários de Twitter migraram para o Facebook a tanto tempo 

Que damos risada 3 meses atrasados

É preciso se atualizar , pra continuar a vender 

Não fazer as coisas de graça e achar que isso basta 

Pois as contas não pagas

Vão continuar a cutucar você 

Onde já se viu trabalhar sem receber ?

 

E se tem um negócio que eu aprendi

É que quando um vai todos vão juntos.

Todos tem que ir juntos,

Quando é de verdade a parada tem que acontecer.

E ter quem me espere pra jantar

Já tentou vender poesia ? 

Eu já, queimei a carteira com poucas assinaturas, 

Sai pra rua tendo lar. 

Nem discuto com quem diz que vive sem ar(tista)

Não vale a pena discutir com mentiras.


Autora: Regiane Abelha


 Esse poema está inscrito no Concurso RANKING POÉTICO Coletânea de poemas: www.bistrodomatuto.com/2021/10/concursoranking.html

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